A educação especial é uma temática que tem ganhado protagonismo nos debates cotidianos. As escolas cada vez mais têm sido demandadas para atender alunos com deficiências.
Por ser uma questão mal compreendida, tendemos a confundir a educação inclusiva com educação especial. Ou ainda ficamos perdidos sem saber como inserir o aluno no cotidiano escolar, não é mesmo? Calma!
Nesse artigo você vai saber um pouco mais sobre a modalidade da educação especial, seus fundamentos e como aplicar uma educação inclusiva na sua escola.
Sumário
- O que é educação especial?
- O que é educação inclusiva?
- A história da educação especial no Brasil
- Como acolher o aluno e aluna da educação especial
O que é a educação especial?
A educação especial é uma modalidade de educação escolar voltada para alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação. Esta modalidade tem o intuito de assegurar uma educação voltada para a inserção na vida em comunidade e mercado de trabalho.
Portanto, ela ocorre por meio de um ensino baseado em currículos, métodos e técnicas que facilitem sua inserção na vida escolar. A educação especial deve ser incluída, preferencialmente, na rede regular e precisa ser apoiada por recursos materiais e pedagógicos. Como, por exemplo, alfabeto e numeral ampliados e com relevo, régua de madeira adaptada, caixa de descobertas, entre outros objetos.
No entanto, quando não for possível a integração no ensino comum, os alunos sob essas condições deverão ser atendidos em escolas e classes especializadas, segundo a Lei de Diretrizes e Bases Educacionais (LDB, 1996).
O que é educação inclusiva?
Mas é importante lembrar que a educação especial e educação inclusiva não são sinônimos, mesmo que muitas vezes as tratemos como tal. Na verdade, a educação especial está compreendida na educação inclusiva. A educação inclusiva é um paradigma que compreende a escola como um espaço de todos e não só daqueles em condições de deficiência ou super dotados.
Portanto, a escola é também um espaço que pertence aos adultos que não conseguiram concluir a escola básica no tempo comum. Ou ainda aquele aluno que, mesmo não possuindo nenhuma limitação neurológica ou física, têm dificuldades de aprendizado. Ou seja, a escola inclusiva entende que o espaço escolar é um bem de todos, independentemente de suas particularidades.
Um aspecto fundamental da escola inclusiva é que ela facilita a entrada e a permanência de todos os alunos. Além disso, quando necessário, promove um atendimento especializado para cada condição de forma complementar ou suplementar.
Hoje a educação especial é pensada dentro da concepção de educação inclusiva. Compreendendo que cada aluno possui suas particularidades, o que é essencial no processo ensino-aprendizado. Valorizando que todos os alunos e alunas, incluindo os que não possuem deficiências, têm suas características e necessidades próprias.
E a interação no espaço escolar não favorece apenas o aluno a quem se destina a educação especial, mas toda comunidade escolar. Já que o contato com a diferença e outras formas de existência enriquece a nossa capacidade de empatia e fortalece nossa preparação para o mundo, para a cidadania.
A história da educação especial no Brasil
O atendimento às pessoas com deficiência no Brasil sempre ocorreu de modo separado da educação regular, em instituições como a Sociedade Pestalozzi e as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAES). A educação nesses espaços era completamente desassociada do contato com outras crianças sem deficiência e era delas predominantemente a responsabilidade de atender a esse público.
Apenas em 1973 que o primeiro órgão federal foi criado, o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP). As ideias que precederam a criação do CENESP baseavam-se em objetivos de desarticular a separação entre pessoas com e sem deficiência.
Assim, a ideia é fazer dos espaços separados algo excepcional e inserir a educação das pessoas com deficiência, com transtornos e superdotados dentro das escolas comuns, bem como expandir a oferta de educação, já que apenas uma parcela ínfima dos alunos tinha acesso.
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Se você tem dificuldades de inserir o seu aluno ou aluna na dinâmica escolar, ou não sabe como desenvolver suas potencialidades da melhor forma, siga essas dicas:
- Faça um diagnóstico
É fundamental que se compreenda as necessidades do estudante. O quanto se avançou, o quanto é necessário para o alcance das habilidades previstas para cada bimestre, o que poderia facilitar a chegada ao objetivo do plano pedagógico. Este momento é essencial para compreender a particularidade do aluno e suas necessidades.
Além disso, conversar com os pais é essencial. Faça também um diagnóstico da estrutura da sua escola, torne os espaços mais acessíveis. Dialogue também com os seus professores, entenda suas dúvidas e receios. E treine sua equipe pedagógica!
- Adapte o conteúdo
Dentro da educação inclusiva, a educação especial promove caminhos que melhor se adequem a cada aluno, valorizando suas potencialidades. Esse caminho não é esvaziado de conteúdo ou menos interessante. Pelo contrário, deve ser o que melhor se aproxime das dificuldades do aluno ou aluna.
O professor então será uma ponte para que aquele conteúdo tenha significado e faça sentido para a compreensão e participação na aula. Por isso, adequar o currículo pode ser uma forma eficiente de acolhê-lo no processo de aprendizado, consciente de que esse processo é diverso para cada um. Lembrando que a adaptação de currículo é uma prática utilizada também para alunos com diversas outras dificuldades e não somente as especiais.
Afinal, a diversidade no processo de aprendizado é uma premissa fundamental que não pode ser esquecida no currículo. É importante ter em mente que o conhecimento ofertado no dia a dia não se difere em conteúdo. Mas terá o objetivo de desenvolver da melhor forma as potencialidades de cada um, segundo suas capacidades.
- Construa em conjunto
A construção do saber não é unívoca e solitária. Ela é múltipla e permite que vários atores contribuam em sua evolução. Por isso, fomente a participação do aluno com deficiência, destaque suas respostas e interações como realmente importantes na dinâmica de sala de aula. Valorize seus descobrimentos e interações mesmo que tímidas. Destaque suas respostas de modo que o restante da turma também as reconheça como relevantes.
- Invista nos recursos paradidáticos
Investir em recursos lúdicos que envolvam a turma como um todo pode alavancar o acolhimento do aluno em condições especiais. Além disso, pode promover laços de afeto com os demais da turma, o que facilita o desenvolvimento de competências emocionais e psicossociais. Portanto, inclua metodologias ativas e tecnologias educacionais. Elas são essenciais na dinâmica de aprendizagem, como, por exemplo, recursos tecnológicos que explorem todo o sistema sensorial do aluno e aluna.
Por fim, a educação especial é um desafio para todos. E você não está sozinho nessa empreitada. Por isso, fortaleça o diálogo com sua equipe pedagógica e valorize cada pequeno passo, pratique uma escuta ativa e um olhar atento, porque cada aluno tem seu jeitinho especial de aprender! Receber alunos da educação especial pode ser uma super oportunidade para que sua escola se desenvolva e se transforme em um lugar de acolhimento ainda mais diverso.
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