Embora a internet tenha defensores e acusadores, a verdade é que ela é hoje muito importante, já que possibilita a interação, a obtenção de uma grande quantidade de informações e o acesso a inúmeros produtos e serviços. Porém, como toda tecnologia, a internet apresenta novas soluções e traz consigo novos problemas. Entre esses problemas, está o cyberbullying.
Embora seja possível uma criança praticar bullying online e offline, as ferramentas virtuais têm o potencial para ampliar a participação dos estudantes na ofensa. Quer entender melhor esse problema e descobrir como monitorá-lo na escola? Continue a leitura!
O que é cyberbullying?
Também chamado de violência virtual, o cyberbullying é a prática de agredir, perseguir, hostilizar, assediar, intimidar ou ridicularizar pessoas utilizando a internet ou outras tecnologias do mundo digital. Em alguns casos, esse ataque é direcionado a colegas, outras vezes, os alvos são professores, funcionários de diversos setores da escola ou desconhecidos.
O cyberbullying segue a mesma lógica do bullying presencial: uma vítima é escolhida e passa a ser alvo dos ataques. O grupo começa então a realizar agressões psicológicas de forma deliberada e recorrente. A pessoa recebe apelidos pejorativos de forma anônima ou não nas redes sociais, é vinculada a conteúdo ofensivo ou constrangedor ou ainda é difamada pelos meios de comunicação virtuais. Embora haja mecanismos para punir crimes cibernéticos, muitas pessoas têm a sensação de anonimato, o que facilita atitudes como essa.
Onde acontece o cyberbullying?
Embora a perseguição possa acontecer em perfis públicos de redes sociais, nem sempre essa é a realidade. Portanto, pode ser difícil para os pais ou para a escola detectarem o problema sem que sejam alertados ou recebam o conteúdo que os alunos divulgam de forma privada. A maioria das ações de cyberbullying acontecem fora do alcance do público em geral. 32% dos alunos afirmam que o bullying acontece via celular, 28% em aplicativos de mensagens, 28% em salas de bate-papo e 14% por e-mail. Também existe o assédio em redes sociais e em outras plataformas.
Como você pode perceber pela soma das porcentagens, uma mesma pessoa pode ser assediada por mais de um canal. Os alunos divulgam o conteúdo em grupos fechados por meio de aplicativos que utilizam em seus smartphones e aos quais nem sempre a escola ou os pais conseguem ter acesso. Por isso, outras medidas também são essenciais. Segundo um estudo realizado, 24% dos estudantes disseram que já tiveram esse comportamento simplesmente para acompanhar outras pessoas que já estavam praticando o cyberbullying.
Qual é a gravidade do cyberbullying?
Os efeitos do bullying presencial já são discutidos há bastante tempo nas escolas. Embora as reações das pessoas possam ser diferentes, especialistas afirmam que os resultados do cyberbullying podem ser ainda mais graves, podendo resultar em casos de agressão física ou até mesmo suicídio do que à agressão física. Nessa modalidade, a vítima não fica livre das agressões nem mesmo quando está fora da escola, pois pode ser atingida moralmente a qualquer momento, por meio dos canais de comunicação. Além disso, o insulto online tem duração mais longa e um alcance maior, gerando uma extensa perseguição às vítimas. Além disso, a falsa sensação de anonimato faz com que eles se sintam livres para atacar de forma mais ofensiva.
O conteúdo pode ser compartilhado sem limites, potencializando o alcance dessas informações. Finalmente, a necessidade de recorrer a órgãos públicos para identificar quem pratica o crime costuma dificultar ou atrasar intervenções que levem à erradicação do problema. No Brasil, os números referentes são alarmantes: somos o segundo país com mais casos de cyberbullying no mundo. Boa parte das crianças e adolescentes que sofrem esse tipo de agressão apresentam algumas reações, como:
- irritabilidade;
- depressão;
- transtornos de ansiedade;
- transtornos alimentares;
- distúrbios do sono;
- problemas de estômago;
- dor de cabeça;
- isolamento social;
- traumas psicológicos;
- queda no rendimento escolar;
- pensamentos autodestrutivos que podem levar ao suicídio.
Como a escola pode combater o cyberbullying?
Como você pôde perceber nos tópicos anteriores, o cyberbullying é um problema grave, que traz sérias consequências e que deve ser combatido. É fundamental que haja um esforço de conscientização integrado, no qual família e escola se unam para promover uma cultura de ética, respeito e aceitação. No que diz respeito à escola, algumas ações podem ajudar a monitorar o comportamento dos alunos, detectar possíveis casos de violência virtual e promover a conscientização. Elas serão descritas a seguir.
Observe mudanças de comportamento
O aluno agredido muitas vezes não tem coragem de se manifestar abertamente. Porém, ele pode adotar um comportamento que, mesmo silenciosamente, denota seu sofrimento. Oriente os educadores a observarem mudanças repentinas de atitude, como tristeza persistente, isolamento e queda no desempenho escolar.
Crie projetos de conscientização
Os alunos devem saber reconhecer o cyberbullying e entender as graves consequências que ele traz. Use recursos artísticos, como peças de teatro, filmes ou músicas para provocar a reflexão. Histórias produzem identificação e empatia, e por isso é interessante utilizá-las para trabalhar o "olhar sobre o outro" e desenvolver as competências socioemocionais dos estudantes. Também é importante informá-los de que o anonimato na internet não é real. Todas as ações que realizamos na web deixam um rastro que levam ao IP do agressor, ou seja, a uma espécie de identidade que cada dispositivo tem na rede. Assim, se a vítima e seus responsáveis denunciarem o crime, os envolvidos podem ser identificados e seus pais sofrerão as consequências desses atos.
Promova o diálogo
Em muitos casos, o cyberbullying pode ser solucionado internamente, sem a necessidade de recorrer a meios de punição externos, como ações judiciais. Para isso, a escola deve promover o diálogo e a conscientização. No entanto, diante da recorrência, pode ser preciso denunciar o agressor. O cyberbullying é um problema grave que requer intervenção imediata. À medida que a escola conscientiza os alunos e pais, ela contribui para que o problema seja solucionado.
E você, acredita que este post trouxe conhecimentos relevantes para sua carreira e prática pedagógica? Então, aproveite para assinar a nossa newsletter.
Confira o guia perfeito para a gestão escolar!
O Guia Definitivo da Gestão Escolar é o material que faltava para todo gestor de escolas! Com dicas exclusivas para fazer seu colégio ter muito sucesso.
Baixe agora!