Como fomentadora da formação integral, uma escola sustentável é uma referência na promoção da conscientização ecológica.
A sustentabilidade deve ser incentivada pelos gestores na escola, não apenas em pesquisas acadêmicas, mas também no dia a dia dos alunos.
Este post vai te ajudar a entender melhor:
- as principais características de uma escola sustentável;
- a importância da sustentabilidade escolar;
- como fomentar a sustentabilidade na escola;
- e 8 ações sustentáveis que podem ser adotadas para esse propósito.
O que é uma escola sustentável?
A sustentabilidade requer, por definição, o respeito ao meio ambiente e a preservação de seus recursos. Por isso é, também, uma forma de promover o bem estar e a segurança de gerações atuais e futuras.
Um caderno informativo publicado pelo MEC em 2012 define a escola sustentável da seguinte forma:
“local onde se desenvolvem processos educativos (...) capazes de sensibilizar o indivíduo e a coletividade para a construção de conhecimentos, valores, habilidades, atitudes e competências voltadas para a construção de uma sociedade de direitos, ambientalmente justa e sustentável.”
Como você já deve ter percebido, essa definição entende a educação ambiental como um direito humano. Uma escola sustentável procura, ainda, zelar pela saúde de crianças e adolescentes. Outra premissa importante é a valorização da equidade e da diversidade.
As Diretrizes Curriculares Nacionais (2012) estabelecem a educação ambiental como parte importante do currículo, abordada de forma transversal e interdisciplinar.
O documento diz que a educação ambiental é um conjunto de práticas pedagógicas para formar alunos críticos, éticos e cidadãos.
Qual a importância da escola sustentável?
Primeiramente, é preciso destacar que a Constituição Federal de 1988 torna obrigatória a aprendizagem da educação ambiental “em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (Art. 225).
A sustentabilidade escolar é, pois, um direito dos alunos. Promovê-la, por sua vez, é uma das atribuições de gestores junto à equipe pedagógica.
Além disso, práticas sustentáveis na escola reduzem gastos com água, papel e energia e têm impacto positivo no ecossistema local.
Como a escola pode ser sustentável?
Lucia Legan (2009) aponta a permacultura como um caminho para a construção de ações sustentáveis na escola.
Essa cultura educacional sustentável é pautada pelo cuidado e ética perante a terra, as pessoas e os recursos naturais.
Para tornar uma escola sustentável, podemos adotar algumas iniciativas como, por exemplo:
- o consumo consciente, movimentando a economia local por meio de parcerias com empresas ecologicamente responsáveis. Por exemplo, fornecedoras de alimentos provenientes da agricultura familiar ou que utilizem materiais reciclados;
- a adoção de fontes renováveis de energia (como a solar) e de captação de água da chuva para atividades de limpeza;
- a adaptação e transversalização do currículo;
- o desenvolvimento coletivo de regras para manutenção dos materiais e infra-estrutura da escola, de modo a evitar desperdícios;
- o incentivo à cooperação e troca de conhecimentos sobre sustentabilidade entre os estudantes, familiares e funcionários;
- o respeito à diferença racial, econômica e cultural, já que a permacultura abarca a empatia com outras pessoas.
Leia mais: saiba como integrar a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável na sua escola!
Quais ações uma escola pode adotar para se tornar sustentável?
Gestor, a seguir você encontra algumas sugestões práticas para a promoção da sustentabilidade escolar.
1- Adapte o espaço físico da escola
Uma boa forma de incluir os alunos em práticas sustentáveis é estimulá-los positivamente por meio das próprias instalações da escola. Afinal de contas, os jovens também aprendem pelo exemplo.
Verifique a viabilidade de dispor, não só nas salas de aula como em outros espaços:
- lixeiras para coleta seletiva;
- plantas e jardins (não só por sua beleza, mas para integrar a natureza à escola);
- hortas comunitárias que os próprios alunos podem ajudar a cultivar sob supervisão e até para colher alimentos paraa serem consumidos coletivamente;
- a digitalização e arquivamento online seguro de documentos como relatórios, registros de classe, boletins e comunicados internos e externos.
2- Construa um currículo interdisciplinar
Diferentemente do que algumas pessoas imaginam, a sustentabilidade não se limita ao ensino de ciências.
Aliás, a própria BNCC tem como princípio norteador o incentivo a atividades pedagógicas interdisciplinares.
O documento propõe o engajamento de estudantes por meio de procedimentos analíticos integrados entre as áreas do conhecimento, explorando diferentes linguagens textuais.
Por isso, o Projeto Político Pedagógico da escola deve incluir planos de ação atravessados pelo letramento ambiental.
Para atingir esse objetivo, gestores e coordenadores pedagógicos podem incentivar que a equipe docente planeje sequências didáticas integradas. Um único projeto interdisciplinar pode, por assim dizer, envolver diferentes áreas.
- A área de Linguagens, para convidar os alunos a interpretar diferentes tipos de textos. Isso inclui campanhas de conscientização ambiental em português e outras línguas. Além disso, os alunos podem ser incentivados a criar textos artísticos e informativos sobre esse assunto.
- A área de Ciências da Natureza, para analisar demandas e problemas ambientais locais e globais e propor soluções de intervenção.
- As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, para elaborar hipóteses e argumentos sobre notícias relacionadas à territorialidade, a utilização de recursos naturais e a relação do meio ambiente com o trabalho e o lazer;
- A área de Matemática e suas tecnologias, para resolver problemas de ordem numérica e computacional, como o cálculo da quantidade necessária de materiais para determinado projeto.
3- Dialogue com a comunidade escolar
Sustentabilidade escolar também é sinônimo de gestão democrática. Por isso é fundamental que você esteja disposto(a) a ouvir ativamente as demandas de estudantes, famílias e atores escolares.
Pergunte-se, por exemplo:
- As formações continuadas internas das equipes têm promovido a sustentabilidade?
- As turmas estão colocando a sustentabilidade em prática no seu cotidiano?
- Os estudantes estão atuando como agentes de transformação envolvendo colegas e responsáveis em práticas sustentáveis?
- A escola tem tido um impacto sustentável em seu entorno (dialogando com as problemáticas do bairro)?
As respostas a essas perguntas podem ajudar você a planejar ações de intervenção com outros membros da gestão para melhorar o ensino-aprendizagem.
4- Reduza, reuse e recicle insumos
Provavelmente você já deve ter se deparado com esses três Rs: reduzir, reutilizar e reciclar.
No dia a dia da escola, eles podem ser colocados em prática não só na coleta seletiva de lixo. Mas também na postura de zelar por patrimônios físicos como lápis, quadros e cadeiras até o final de sua vida útil.
Outra opção interessante são projetos pedagógicos que ressignifiquem a sucata.
Gestor, que tal promover um evento de educação ambiental? Os alunos podem pôr a mão na massa construindo maquetes, cartazes e até robôs usando objetos e materiais que antes seriam descartados.
5- Use a Literatura como aliada
A Literatura é uma das mais belas formas de construir vínculos afetivos e incentivar o desenvolvimento cognitivo de crianças e adolescentes.
Uma boa curadoria de livros que abordam a sustentabilidade pode estimular as turmas a refletir sobre esse eixo temático na sala de aula e em casa.
Aqui na Árvore você encontra inúmeras publicações que estimulam o senso crítico de forma lúdica em português e inglês.
Para facilitar a busca de livros na nossa plataforma, eles são divididos por faixa etária e segmento de cada público-alvo. De quebra, a sua equipe de professores conta com Trilhas de Leitura e projetos preparados com todo o cuidado.
6- Integre discussões ambientais à formação docente
Para contextualizar a sustentabilidade em aulas de diferentes componentes curriculares, nada melhor que recorrer a fontes jornalísticas do Brasil e do exterior. Por isso é fundamental que a equipe pedagógica mantenha-se informada.
Instigue professores a discutirem fenômenos climáticos e ambientais atuais e históricos com os grupos. Esse pode ser um bom pontapé inicial para comparar dados quantitativos e qualitativos de diferentes tempos e espaços.
Os recursos escritos, imagéticos e multimodais dessas publicações costumam demandar habilidades relevantes para diferentes áreas. Mapas, fotografias e vídeos são apenas alguns dos formatos que podem ser utilizados para abordar conhecimentos geográficos, léxico-gramaticais e estatísticos relacionados à sustentabilidade.
7- Incentive a investigação científica no currículo
Junto ao corpo docente, faça um mapeamento de espaços abertos seguros que possam servir de palco para as atividades pedagógicas do ano letivo. Em seguida, acrescente-os ao planejamento curricular.
Algumas opções de atividades, a depender da faixa etária de cada turma, são:
- observar, ilustrar, e catalogar a fauna e a flora de um certo bioma;
- explorar as formas geométricas, cores e texturas de elementos da natureza como água, areia e folhagens;
- promover brincadeiras e dinâmicas de grupo (como saraus, pinturas, contação de histórias, atividades físicas e musicais) em espaços mais amplos integrados à natureza;
- plantar, cuidar e colher plantinhas e alimentos, observando e registrando suas fases de crescimento;
- fazer adubo natural por meio de técnicas de compostagem.
8- Valorize as produções dos estudantes
Para incentivar os alunos, gestores escolares podem valorizar suas produções e mostrá-las para diferentes grupos e famílias.
Isso pode ser feito por meio de fotografias, portfólios, exposições e feiras. Tais recursos cumprem a função de registrar os trabalhos realizados e, ao mesmo tempo, disseminar conhecimentos ecológicos.
Gestor, esperamos que esse texto tenha te ajudado a integrar a sustentabilidade à rotina da sua escola. Se quiser se inspirar ainda mais, veja como a nossa comunidade de Semeadores de Leitura tem aliado o letramento literário ao ensino de ciências: https://www.arvore.com.br/blog/semeadores-julho-arvore