Globalização. Uma palavra já cansada de aparecer em publicações, círculos sociais, acadêmicos e em quaisquer outras conversas sobre os tempos modernos. Já nos parece óbvio que o “mundo é plano” e que temos que nos adaptar às constantes mudanças e aos intensos intercâmbios de informações. Clichês.
Afirmar ser “globalizado” já parece ser uma condição que nasce conosco e que faz parte de quem somos. Mas será mesmo?
Viver em um mundo não-globalizado não é mais uma opção… mas ser um cidadão global educado e competente para viver neste mundo ainda é uma opção. Muitos optam e outros muitos não encontram as oportunidades necessárias para desenvolver esta competência tão importante.
Mas afinal, o que significa ter uma educação global?
Em um curso recente da Universidade de Harvard, o Think Tank on Global Education, a competência global foi definida como possuindo várias dimensões. Descrevemos abaixo duas destas dimensões:
- A dimensão afetiva: uma disposição positiva frente às diferenças culturais e ao novo. A habilidade de enxergar diferenças como oportunidades para interações construtivas, respeitosas e pacíficas.
- A dimensão acadêmica: possuir conhecimento e compreensão de temas da história mundial, geografia e áreas que impactam diversas nações, tais como meio ambiente, comércio global, saúde, dentre outros. Este ferramental permite pensar criticamente os desafios globais atuais, passados e futuros.
Em suma, é possível pensar em competência global como o conjunto de conhecimentos, competências e motivações para investigar o mundo, reconhecer diferentes perspectivas, comunicar ideias e se tornar agente de mudanças na sociedade.
E as razões para incentivar este tipo de educação podem ser de ordem econômica ou cívica.
A melhor forma de preparar os estudantes para o futuro é equipá-los para que eles o inventem.
No lado econômico, o crescimento de organizações multinacionais e multiculturais e de profissões ditas “globais” demandam que os novos (e os não tão novos!) profissionais demonstrem flexibilidade, disposição e competências cosmopolitas. Neste sentido, ser globalmente competente maximizaria a empregabilidade do indivíduo e, em larga escala, o crescimento econômico dos países.
“The best way to prepare students for the future is to equip them to invent it” – Alan Kay (A melhor forma de preparar os estudantes para o futuro é equipá-los para que eles o inventem).
Além da questão econômica, talvez mais imediata aos olhos de muitos, o incentivo ao cosmopolitismo gera frutos de longo prazo que garantem os fundamentos das lideranças democráticas e da cidadania. Uma nação de cidadãos cosmopolitas estaria mais apta a administrar conflitos de forma pacífica e construtiva, devido ao seu conhecimento e disposição para entender diferentes perspectivas e colocá-las em contexto histórico e social adequados. Esta é a razão humanista pela qual a Educação Global se faz necessária.
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Baixe agora!Educação Global e benefícios para aprendizagem
A partir do trabalho com uma educação global, é possível ver muitos ganhos para a aprendizagem. Entre eles, estão:
- Desenvolvimento de diversas competências socioemocionais, como autonomia, empatia e trabalho em equipe;
- Ensino bilíngue e desenvolvimento de outras línguas, ampliando a aprendizagem e expandindo os horizontes de conhecimento do aluno;
- Pertencimento e espírito comunitário;
- Melhores resultados em disciplinas como Histórias e Geografia.
Como implementar na escola?
Intercâmbios internacionais, visitas a museus e exposições sobre outras culturas e povos, introdução a pratos de culinárias diversas, leituras de textos e autores de outros países e uso da tecnologia para se conectar ao conhecimento e a pessoas em todos os cantos do planeta – estas são algumas formas que podemos utilizar para incentivar a criação desta competência.
Além destas, aprender línguas estrangeiras, conhecer crianças de outros lugares e interagir (mesmo que virtualmente) com os temas globais atuais também são maneiras de instigar a educação global nos jovens.
Você já pensou em periodicamente ler o jornal com seu filho ou aluno e introduzir alguns temas internacionais, de forma leve e suave? Perguntas simples aguçarão a curiosidade da criança, que vai perguntar mais. Busque imagens do local em questão na internet e mostre sites interessantes sobre aquele novo tópico. Algumas escolas, por exemplo, começam o dia com a leitura e breve discussão de uma notícia do jornal. Isso pode ser aplicado de maneira transdisciplinar e não sobrecarrega o currículo demasiadamente.
Leitura e educação global
Como destacamos anteriormente, a leitura pode ser uma excelente ferramenta para se trabalhar a educação global. Tanto a partir da leitura de atualidades, colocando os alunos a par do que está acontecendo no mundo, como a partir da leitura de títulos em diferentes idiomas.
Além disso, a leitura também ajuda a formar o senso crítico dos alunos, os tornando mais capazes para entender a globalização e o mundo ao redor.
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