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Como usar dados para acompanhar os índices de leitura?

Como usar dados para acompanhar os índices de leitura?

20 set 2023
4 min
Post modificado em:
20/9/2023

Hoje vamos debater o uso de dados na educação. Como a aprendizagem em leitura é avaliada no país? E como coletar e analisar índices de leitura na escola? Veja:

Qual é a importância do uso de dados na educação?

Em cenários educacionais, a coleta de dados é muito mais do que simples estatística ou uma tarefa burocrática. Os dados, quando analisados e interpretados de maneira eficaz, podem revelar informações importantes sobre o contexto educacional de uma escola, rede, estado ou país.

Os dados possibilitam que governantes, gestores educacionais e professores apurem o olhar sobre a prática educativa como um todo. 

Essas informações servem como um norte – podem guiar políticas públicas, ações de secretarias de educação, o planejamento do ano letivo em uma escola e as intervenções e mediações de professores. 

Além de respostas sobre avaliação e aprendizagem, os índices e indicativos coletados em uma instituição educacional podem abranger uma miríade de aspectos: 

  • as práticas pedagógicas dos professores;
  • o engajamento das famílias;
  • a eficácia da gestão escolar;
  • a dinâmica do clima escolar;
  • e muitos outros.

Uma cultura de dados bem estabelecida não busca somente uma análise de resultados, mas a criação de uma sistematização dessas informações. Desse modo, gestores escolares podem encarar os desafios do cotidiano em toda a sua complexidade.

Seja através de questionários, pesquisas, observação, relatórios ou escuta ativa, a sistematização de dados, índices e indicadores pode orientar as práticas educacionais em sua totalidade! 

Gestor, agora que já falamos sobre a importância dos dados na educação de modo geral, vamos nos aprofundar em um indicativo muito importante de ser regularmente documentado nos contextos educacionais: os índices de leitura.

Os índices de leitura no país

O letramento é um pilar essencial da vida escolar de qualquer sujeito. Não há dúvida de que práticas de leitura e escrita atravessam a aprendizagem em todas as disciplinas. 

A leitura modifica profundamente o cérebro humano, ela é um processo cognitivo de construção de sentidos, permite acesso a uma multiplicidade de informações e, por isso, amplia as nossas experiências sociais e culturais!

Nesse sentido, acompanhar de perto os índices de leitura na educação é de suma importância. Não é à toa que existem diversos sistemas e pesquisas de coleta de dados sobre a prática leitora em nosso país. 

Tais pesquisas são ferramentas que podem fornecer uma base sólida para a análise de gestores educacionais, pois oferecem uma visão abrangente e detalhada dos desafios e potencialidades da formação leitora no Brasil.

A seguir, listamos as principais pesquisas que acontecem em nosso país:

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)

Realizado desde 1990 e aplicado pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o SAEB é um conjunto de avaliações que visa realizar um diagnóstico da educação básica brasileira em larga escala, a nível municipal, estadual e nacional. 

Aplicado a cada dois anos na rede pública e em uma parcela da rede privada, esse sistema de avaliação explica os índices de aprendizagem a partir de uma série de informações contextuais. 

O SAEB nos dá acesso a um panorama geral sobre ensino brasileiro, e oferece subsídios para o monitoramento, elaboração e aprimoramento de políticas públicas educacionais.

Os dados de 2021 demonstram uma realidade preocupante em relação aos índices de leitura e escrita: a nota de proficiência em língua portuguesa dos estudantes do 2º ano do fundamental, etapa inicial de alfabetização, caiu de 750 (2019) para 725,5 pontos.

Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS)

O PIRLS é uma iniciativa realizada a cada 5 anos. Conduzido pela IEA (International Association for the Evaluation of Educational Achievement), esse estudo busca avaliar as habilidades de leitura de estudantes do 4º ano do ensino fundamental. 

A primeira edição que o Brasil participou foi a do ano de 2021. A pesquisa foi aplicada em uma amostra de escolas públicas e privadas do país, e os dados recolhidos ajudaram a mapear a situação de leitura em nosso território nacional. 

O estudo busca contemplar dois eixos: a experiência literária e a aquisição e uso da informação. Para a análise dos resultados, consideram-se também fatores culturais e sociais que podem influenciar o desempenho de leitura dos estudantes.

De acordo com o Nexo Jornal, os resultados do último PIRLS apontam que a aprendizagem em leitura escancara muitas desigualdades sociais no Brasil. 

Retratos da Leitura no Brasil 

Desenvolvida pelo IPL (Instituto Pró-Livro), a Retratos da Leitura no Brasil é a única pesquisa nacional que visa avaliar o comportamento leitor do brasileiro. De acordo com a pesquisa, o brasileiro lê, em média, apenas 2 livros completos por ano.

A partir de uma metodologia própria, o IPL proporciona um amplo diagnóstico. A pesquisa busca conhecer o perfil leitor e hábitos de leitura de crianças, jovens e adultos; avalia os resultados de políticas públicas, investimentos e programas voltados à formação leitora. 

A cada edição, a Retratos da Leitura amplia o escopo de seu estudo: avalia novas tendências e leituras em diferentes suportes, a leitura digital, a leitura literária e o consumo de livros. 

Em 2019, com o objetivo de avaliar o impacto das bibliotecas na educação, a pesquisa foi realizada com bibliotecas de instituições da educação básica.

Coleta e análise de dados de leitura: como fazer?

As pesquisas apresentadas desempenham um papel fundamental na coleta de dados a nível nacional. Elas podem apoiar gestores educacionais na compreensão do contexto leitor de seu território e comunidade. 

Tais dados em larga escala identificam desigualdades educacionais e possíveis defasagens de aprendizado, norteiam intervenções públicas e direcionam a atuação dos envolvidos no setor educacional. 

No entanto, além do acompanhamento de tais pesquisas e de seus índices de leitura, é ainda mais imprescindível a coleta e análise de dados a nível local.

Para estruturar a orientação das práticas pedagógicas de uma escola, é importante desenvolver uma cultura de dados que seja pensada e conduzida por gestores e educadores envolvidos com o cotidiano de cada comunidade escolar. 

E como fazer isso na prática? 

Gestor, a seguir listamos 4 pontos essenciais para a coleta e análise de dados e índices de leitura. Ao final de cada tópico, você também vai descobrir como a Árvore pode apoiar a sua escola nesse processo. Confira!

1 - Atenção para os indicadores

Em um processo de coleta de dados, é essencial avaliar quais são as informações indispensáveis para a tomada de decisão e direcionamento das intervenções. 

Nesse sentido, vale a pergunta: quais são os índices de leitura que a gestão deseja monitorar? 

Eles podem incluir a frequência dos estudantes à biblioteca da escola, o engajamento em leitura, o desempenho em avaliações, as taxas de alfabetização, a variedade de gêneros textuais lidos, entre outros.

Para uma visão aprofundada da prática leitora na escola ou rede, é importante olhar para os dados quantitativos e também para os qualitativos. 

Ou seja, o monitoramento dos resultados em provas e testes padronizados deve caminhar junto com observação atenta em sala de aula, escuta ativa e pesquisa direta com os estudantes.

O que eles têm a dizer sobre os seus hábitos leitores? Quais são as suas dificuldades? Como desenvolvem o gosto leitor?

  • Mapeando dados de engajamento leitor com a Árvore 

Os relatórios de leitura gerados em tempo real pela plataforma da Árvore apoiam a gestão escolar no acompanhamento do comportamento e perfil leitor dos estudantes. Através deles, toda a rede de ensino pode ter acesso a dados de engajamento, como o tempo de leitura contabilizado na escola e as turmas e os estudantes que mais leem!

2 - Analisar e interpretar

Após a coleta, a análise dos índices de leitura é indispensável para acompanhar e aperfeiçoar a formação leitora. 

Portanto, é fundamental conduzir a interpretação com atenção, buscando identificar padrões e tendências que possam direcionar ações e intervenções de forma precisa.

Quais são os pontos fortes e as áreas que necessitam de atenção? Como personalizar o ensino de acordo com as necessidades específicas de cada unidade escolar da rede de ensino? 

Interpretar os dados de maneira eficiente permite que gestores tomem decisões informadas, estabelecendo objetivos pedagógicos ainda mais assertivos.

  • Identificando o gosto leitor com a Árvore

Imagina só ter acesso ao gosto leitor de diversas turmas de forma rápida e fácil? Com os relatórios da Árvore, gestores e professores podem visualizar quais são os livros mais lidos de forma autônoma pelos estudantes. 

Através de uma ferramenta intuitiva, os administradores podem acessar essa informação por rede de ensino, unidade escolar, turmas e até mesmo de cada estudante individualmente. Esse dado é valioso para mapear os gêneros textuais preferidos entre os alunos e direcionar o planejamento de feiras literárias ou clubes de leitura na rede.

3 - Definir metas e objetivos pedagógicos

A partir da interpretação dos dados, é crucial estabelecer objetivos pedagógicos mensuráveis e alinhados com as necessidades da comunidade escolar. 

Elas podem incluir desde o aumento do empréstimo de livros na biblioteca até a taxa de participação das famílias na rotina escolar. 

E lembre-se: estabelecer metas e objetivos é também uma forma de gerar e coletar novas informações!

Monitorar as metas e resultados com regularidade é garantir que as intervenções estão fazendo sentido no trabalho com a leitura na escola

  • Como a Árvore pode ajudar a personalizar o ensino?

Será que as intervenções pensadas estão incentivando o hábito leitor? Os relatórios da Árvore também ajudam a definir e acompanhar métricas. Na ferramenta, é possível visualizar a quantidade de empréstimos e a média de livros lidos na escola. 

Além disso, o acompanhamento também pode ser feito de forma qualitativa através do “mapa de leitura”, ferramenta que permite identificar a porcentagem de páginas lidas em um único livro. Essa funcionalidade ajuda muitos educadores na personalização do ensino.

4 - Desenvolver um sistema de documentação de dados

Estruturar um sistema de documentação dos índices de leitura da escola é uma etapa incontornável. A criação de um repositório de informações, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), não apenas garante acessibilidade, mas também segurança na manipulação das informações.

Registrar detalhadamente as fontes dos dados, os métodos de coleta, os relatórios de leitura (e outros materiais) produzidos facilita a recuperação rápida e precisa de informações. Isso permite o compartilhamento eficaz com partes interessadas, como gestores, professores, famílias e órgãos reguladores. 

Ademais, um sistema de documentação bem elaborado ajuda a manter a integridade e a transparência dos dados, fortalecendo a base para a tomada de decisões da gestão escolar.

  • Os dados da Árvore e a LGPD

Além de estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, o “painel de educador”, sistema de gestão e acompanhamento de dados da plataforma da Árvore, é uma ferramenta intuitiva, que funciona como um armazenador e organizador dos dados de leitura de escolas ou redes de ensino.

Gestor, o nosso time especializado em parcerias públicas produz materiais de apoio e formações exclusivas para as nossas redes parceiras. Conte sempre conosco para apoiar na realização dos seus diagnósticos de leitura da melhor forma possível!

Esperamos que esse texto tenha contribuído com as suas pesquisas sobre o uso de dados na educação e o acompanhamento dos índices de leitura. Saiba mais como o relatório da Árvore pode ajudar no artigo “Conheça o relatório escolar de leitura da Árvore”. Até a próxima!

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