A pandemia trouxe a necessidade das escolas se adaptarem a um formato remoto, ainda que de forma emergencial, para garantir a continuidade do aprendizado dos estudantes de acordo com as regras sanitárias. Trabalhar com aulas em vídeo se tornou rotina da imensa maioria dos educadores num momento extremamente desafiador para a educação em todo o mundo.
Muitas escolas estão retornando ao presencial e a decisão de manter uma parcela das aulas em formato virtual tem sido adotada. Isso porque o modelo de ensino híbrido teve seus benefícios reconhecidos.
Para apoiar nessa construção de ensino híbrido preparamos uma lista com alguns passos fundamentais na elaboração de aulas em vídeo, adequadas ao modelo síncrono e assíncrono. Confira!
Aulas em vídeo síncronas ou assíncronas?
Antes de começar a preparar seu vídeo, é importante entender qual será o formato. Como assim? Os alunos estarão online assistindo em tempo real ou é uma gravação que ficará à disposição da turma posteriormente? Ou ainda, é uma aula síncrona que ficará gravada para aqueles que não puderam estar presentes na hora do ao vivo?
Essas questões vão nortear seu planejamento em alguns aspectos. Por exemplo, em uma aula síncrona, a possibilidade de interação dos estudantes pode mudar o rumo da discussão. Com isso, será exigido que você recalcule a rota do que idealizou. Ao entender a sua necessidade, você vai se preparar de forma mais adequada.
Primeiro passo: roteiro
Todo professor está acostumado a preparar suas aulas, ou seja, elaborar o conhecido plano de aula. Além do conteúdo que vai ser apresentado aos alunos, é fundamental criar um roteiro para sua aula em vídeo.
No roteiro você vai determinar a sequência em que as ações serão realizadas. Por exemplo: apresentação, combinados, conteúdo, pausas para perguntas, momentos de troca e produções entre os participantes, discussões, etc. A estrutura de roteiro vai variar de acordo com o seu objetivo para aquela aula.
Lembre-se: no caso das aulas síncronas, tudo pode fluir diferente do planejado. Mas é importante que você tenha em seu roteiro uma ferramenta para retomar linhas de raciocínio e atividades previstas.
Controle seu tempo
Uma aula preparada para o presencial não vai funcionar bem se simplesmente for transferida para uma tela, você vai precisar adequá-la.
Uma pesquisa publicada pela Nature Communications revelou que o tempo de foco de uma pessoa média, ou seja, tempo em que é possível manter a atenção a um conteúdo, nessa era de abundância de informação, tem sido cada vez mais reduzido.
Por isso, é importante que você utilize seu vídeo para apresentar a matéria de forma objetiva. Calma, não precisa dar suas aulas nos 15 segundos de um storie do Instagram. Mas é essencial que a aula seja dinâmica, com uma linguagem clara e descontraída. Isso fará com que o tempo investido traga resultados positivos no aprendizado dos alunos.
Prepare o ambiente!
O ensino remoto alimentou as redes sociais com situações cômicas e inusitadas que ocorreram durante aulas em vídeo ao redor do mundo. Bem, imprevistos acontecem! Mas, até para garantir que o foco da aula não seja desviado por conta desses imprevistos, é importante preparar o local em que as aulas serão produzidas.
Antes de começar a gravar ou entrar em uma videoconferência, faça um teste com a sua câmera para identificar o que está aparecendo na imagem. Assim, você pode evitar que apareçam objetos indesejados ou até mesmo pessoas desavisadas na sua produção.
Se quiser se desafiar ainda mais, que tal criar um um cenário temático para suas aulas em vídeo? Dessa maneira, você pode impressionar sua turma e ainda prender a atenção dos alunos ao conteúdo.
Luz, câmera e ação!
Independente da sua aula ser síncrona ou assíncrona, é certo que você vai precisar entregar uma boa qualidade de imagem em seus vídeos. Esse cuidado vai assegurar que seu conteúdo chegue com boa resolução. Além disso, fará com que os alunos não se dispersem por dificuldade de acompanhar a aula.
Além de testar sua câmera disponível, lembre-se de testar a luz do ambiente (natural ou artificial), o tamanho das fontes do material utilizado (caso você utilize um quadro ou slides, por exemplo) e a distância do objeto que está sendo filmado.
Verifique sua conexão
Em casos de aulas síncronas, a escolha do ambiente também vai passar por definir um lugar onde sua conexão à internet seja boa e estável. Para aulas assíncronas, sua preocupação deve ser posterior à gravação, quando você for enviar o vídeo para a turma pela plataforma escolhida.
Aprimore suas habilidades de videomaker
As redes sociais estão cheias de cursos, canais e perfis de educadores que trabalham com aulas em vídeo de forma excepcional. Claro que, cada professor vai se encontrar em suas produções de acordo com suas necessidades e restrições.
Porém, à medida que for preparando suas aulas e roteiros, tire um tempo para consumir conteúdos similares nas redes e se inspirar. Assim, você pode ter resultados cada vez melhores com suas turmas.
Abuse da edição em aulas assíncronas
Trabalhar com aulas em vídeo no formato assíncrono permite o uso de uma ferramenta que potencializa bastante o resultado da sua produção: a edição!
Você pode, além de consumir conteúdos de outros professores para se inspirar, pesquisar sobre ferramentas de edição que sejam gratuitas e fáceis de utilizar.
Dessa forma, é possível produzir vídeos mais atrativos, com apresentação de conteúdo na imagem, trilha sonora, links na tela, entre outras infinitas possibilidades.
Promova interação entre os estudantes
A troca entre os alunos é indispensável, não só para a compreensão dos conteúdos como para a vivência do ambiente virtual de aprendizagem. Se as aulas se tornarem remotas, explore ferramentas onde eles possam interagir nesse contexto.
Aulas síncronas permitem o uso do chat. Além disso, algumas plataformas oferecem a possibilidade de criar salas simultâneas. Você pode ainda propor a criação de painéis colaborativos e nuvem de palavras.
Para aulas assíncronas, promova fóruns de discussão nos canais de comunicação da escola. Ou ainda grupos de conversa e outras atividades que possam fazer uma ponte entre os alunos e o conteúdo da aula em questão.
Peça feedbacks!
Ao final de suas aulas não deixe de perguntar aos alunos o que eles gostaram e o que precisa melhorar em relaçao ao seu vídeo.
Você pode realizar o feedback de diferentes maneiras. Através de uma pesquisa mais formal, via formulário com perguntas e respostas para a avaliação. Ou de uma conversa informal via canais de comunicação. O importante é entender que precisam ser feitos para elevar a qualidade da sua aula.
Dica extra: use a internet a seu favor
Aproveite o espaço virtual para indicar conteúdos em diferentes formatos aos seus alunos. Para além da vídeo aula, indique livros, textos de blog, podcasts, colunas, canais do Youtube, perfis nas redes sociais. Esses conteúdos podem complementar o conteúdo e ainda vão apoiar no multiletramento desses estudantes.
Leia também: Descubra como preparar seus alunos para o conteúdo digital
Gostou das nossas dicas? O que mais você sugere que seja essencial no trabalho com aulas em vídeos? Sejam quais forem seus caminhos de produção, a prática leva à excelência! Continue explorando, aprendendo, testando e seguindo nossas dicas!
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