Dia do Fonoaudiólogo: como o profissional atua na escola

No dia 9 de dezembro comemora-se o Dia do Fonoaudiólogo(a), um profissional de saúde que trabalha com a comunicação humana e pode trazer muitos benefícios para a aprendizagem.

Para entender como acontece a atuação deste profissional com a escola, conversamos com Renata Spena, fonoaudióloga e especialista em Saúde Materno-infantil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Confira!‍

- Como o acompanhamento fonoaudiológico pode auxiliar no desenvolvimento escolar de um aluno que precisa desse apoio?‍

O principal objetivo é integrar o aluno ao meio escolar. Então a gente trabalha bastante a auto-estima para o aluno se igualar aos demais, conseguir acompanhar a série e apoiar nas habilidades que ele mais precisa.

Assim, pode haver alguma questão de linguagem e aprendizado que precisa ser trabalhada e vai ajudar a evitar a evasão escolar. Isso pode acontecer por questões financeiras e uma série de motivos, então uma criança que não receber esse auxílio pode acabar desistindo do aprendizado.‍

- Quais as principais ações que o(a) fonoaudiólogo(a) pode fazer em conjunto com a escola?‍

O fonoaudiólogo atua na equipe multidisciplinar com o professor, psicólogo e demais da equipe. Na escola ,ele pode realizar ações preventivas, de orientação aos pais e professores, além de trabalhar com pesquisa, encaminhamento e estímulo ao aluno para seu aprendizado.

Também há a possibilidade de atividades práticas para consciência fonoaudiológica, discriminação auditiva e de linguagem. O fonoaudiólogo não pode atender o aluno na escola, mas pode realizar esse encaminhamento e diferentes ações.

Além disso, uma outra possibilidade é atuar até mesmo junto à equipe de professores, fazendo campanha de voz e cuidado com a mesma.

‍- Pensando especificamente na etapa da alfabetização, qual a importância do acompanhamento fonoaudiológico?

‍Essa etapa é a crucial. É preciso orientar os professores sobre as rotas de aprendizado, ter um olhar mais específico sobre a área de linguagem e olhar atento para essa etapa. As crianças têm sido alfabetizadas cada vez mais cedo, então é preciso também oferecer pré-requisitos para elas possam vivenciar os fonemas.

É possível trabalhar tudo isso com atividades com a rima, questionar qual palavra combina mais com a outra, trabalhar as sílabas e sons, entender os turnos de fala (quando um fala e outro responde), etc.

‍- Pensando também em crianças que não necessariamente precisam do acompanhamento fonoaudiológico, há algumas ações que podem beneficiar os estudantes em geral?

‍Muitas ações! A gente trabalha até a mastigação com ações na escola para alunos da Educação Infantil, para oferecer pré-requisitos que vão ajudar na construção de fonemas. Uma questão atual, por exemplo, é o trabalho com a postura - como estar com a melhor postura para as aulas remotas. 

É importante ressaltar que a gente trabalha a saúde fonoaudiológica, que são cuidados que podemos ter com a voz, a saúde motora-oral, a postura e o ambiente adequado para o aprendizado.