Você sabe o que é Educação Emocional e Vocacional? As duas formas de educação são processos que enxergam de forma integral os estudantes. Além disso, as práticas ajudam os alunos a se formar enquanto cidadãos na sociedade.
Para explicar para gente o conceito e trazer exemplos de como funcionam na prática, entrevistamos Mônica Paiva Fragato, orientadora educacional do Centro Educacional Taboão. A escola é uma de nossas parceiras no uso da plataforma Árvore Livros. Assim, Mônica conta também como a leitura pode ajudar na Educação Emocional e Vocacional. Confira!
Para começar, você pode explicar pra gente o que é Educação Emocional e Vocacional?
Durante muito tempo, nas abordagens referentes às emoções, as perspectivas eram constantes somente nas áreas biológica, psicológica e neuropsicológica. Hoje, temos aquelas voltadas para as competências socioemocionais no contexto escolar que abordam diretamente as novas diretrizes propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
A Educação Emocional assume o papel relacionado à formação ampla enquanto estudantes e cidadãos, tendo como enfoque a habilidade de educar as emoções. Nas aulas, os estudantes são capazes de assimilar e administrar as próprias emoções e tendem a ter um desempenho melhor tanto no âmbito acadêmico quanto na vida, reduzindo, por exemplo, a indisciplina escolar e maus comportamentos, e também potencializando a aprendizagem das disciplinas.
A Educação Vocacional é o processo para auxiliar os estudantes a compreender as diferentes opções profissionais e todas as possibilidades que existem no mundo da educação e construção de carreira, inclusive o empreendedorismo. Sempre valorizando aquilo que esteja mais de acordo com os interesses e objetivos pessoais.
Na prática, como a Educação Emocional e Vocacional é trabalhada na escola?
Com duas aulas semanais para o Ensino Médio, incentivada pela coordenação e direção pedagógica, gosto muito de trabalhar com projetos. Os projetos nos dão a liberdade de “deixar criar”.
Nas aulas de educação emocional abordamos os temas voltados à inteligência emocional, jogos e textos de autoconhecimento. Interpretação de obras com a vertente emocional, fazendo com que eles analisem a história e seu apelo emocional.
Na vocacional transitamos sobre todas as possibilidades que eles terão após terminar o ensino médio. Há sempre um exercício de reflexão e prospecção de futuro. Como por exemplo: a pergunta: onde você quer estar daqui 5 anos ou 10? Essa leitura de futuro traz uma resposta madura para todos.
Como os livros e o incentivo à leitura são utilizados na prática? A Árvore Livros tem ajudado a escola?
Como falamos acerca dos projetos, inseridos nesses projetos estão a leitura e os livros. Citei os dois separadamente porque após ler para os estudantes algum trecho de um livro, automaticamente havia a busca desse livro com a curiosidade, com a sede do aprendizado.
Tanto na educação emocional, quanto na vocacional, a leitura está presente todos os dias. Darei o exemplo de uma aula: abrimos juntos a plataforma Árvore e como estamos no ensino híbrido, espelho a tela para eles e mergulhamos em um livro sobre o assunto a ser discutido no dia.
Cada um lê um excerto e trazemos para a vida real o assunto e o tema, pronto, criamos um debate. É delicioso! Indico uma leitura para a sala e eles indicam leituras uns para os outros com o mesmo tema que discutimos.
Você trabalha a Educação Emocional com adolescentes, mas ela poderia ser aplicada também para outras faixas etárias?
Sem dúvida, para as crianças desde a primeira infância, a educação emocional por meio de oficinas traz uma abordagem muito eficaz. As crianças têm muitas linguagens e nas oficinas essas linguagens têm a oportunidade de serem exploradas.
Como dizia o estudioso e pedagogo Loris Malaguzzi: “A criança é feita de cem”. “A criança tem cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar” e de sentir também, é claro!
Por fim, quais as principais dificuldades na hora da prática e como contorná-las?
Eu sempre falo para meus alunos que o surgimento da pandemia foi uma situação sem precedentes, ou seja, nos vimos obrigados inconscientemente a mudar. Mudar a maneira como estudamos, trabalhamos, nos relacionamos, e como aprendemos também.
E quanto maior a inteligência emocional do ser humano, maior a capacidade dele de não sofrer na resiliência. Desde então, não há dificuldades significativas na hora da prática. Há sim o espírito colaborativo e a vontade de se tornarem inteligentes emocionais. Ao final, temos jovens mais seguros, que conhecem a si mesmo e autônomos em sua própria capacidade de aprender.
Gostou da entrevista? Aproveite e confira também nosso post Como a escola ajuda o aluno a desenvolver habilidades cognitivas e socioemocionais!
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